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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Governador inaugura viaduto da Estrada da Batalha

O governador Eduardo Campos inaugura esta manhã o segundo viaduto da Estrada da Batalha, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes. O viaduto do Bandepe, como é conhecido, localizado na entrada de Muribeca, tem 336 metros de extensão.

Em Jaboatão dos Guararapes, a PE-008 (Estrada da Batalha), é fundamental para o Recife, não apenas pelo caráter histórico, cultural e geográfico mas, principalmente, por ser a porta de acesso/ saídas do importante polo turístico da região costeira sul do Estado de Pernambuco e do Complexo Industrial Portuário de Suape.

Até agora foram investidos R$ 12.561.780,52 na construção. O projeto de reforma da Estrada da Batalha, orçado em cerca de R$ 150 milhões, inclui ainda o Túnel Maria Irene, Viaduto da Ferradura, Viaduto dos Prazeres, Praça Monumental, Centro Cultural, Alargamento de Pistas, Obras de Arte, Iluminação e Paisagismo. Os 5 km de extensão estão previstos para serem entregues à população em julho de 2011.

O viaduto da Ferradura, localizado após o acesso da Avenida Armindo Moura, foi inaugurado pelo governador no início de abril de 2010. O viaduto possui 336 metros de extensão e custou pouco mais de R$ 7 milhões.

Do Portal Pernambuco.com

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Terminal açucareiro pode ser instalado em Suape

Suape poderá ganhar área específica para exportações de açúcar refinado, algo que está sendo aguardado com grande expectativa pelo setor sucroalcooleiro de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte. O terminal açucareiro deverá ser assumido pela inglesa EDF & Man, maior do mundo em distribuição de açúcar, com investimento de R$ 100 milhões e arrendamento por 25 anos.

Coluna Foco
Folha de Pernambuco

Suape consolida indústria naval

Instalação de quatro empresas espanholas do ramo vai gerar 1.180 empregos

A missão europeia do projeto Suape Global rendeu a vinda de quatro empresas espanholas da área naval (Electro Rayma, Gabadi, Grupo Indasa e Tecnymo) e a confirmação da geração de 1.180 empregos diretos para os pernambucanos. Em entrevista coletiva concedida ontem, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, afirmou que algumas das indústrias ditas auxiliares têm uma grande demanda, inclusive do Estaleiro Atlântico Sul (EAS).

“O Estado entrará com os benefícios fiscais, como o Prodinpe (Programa de Desenvolvimento da Indústria Naval e de Mecânica Pesada Associada do Estado de Pernambuco), mas devemos cobrar pelo uso do terreno”, disse Bezerra Coelho. A comitiva do Suape Global esteve formada por empresários e autoridades da administração de Suape e fez visitas empresariais em Londres e na Espanha, tendo participado, na cidade espanhola de Vigo, da Navalia, a maior feira da indústria portuária da Europa.

Segundo Luis Cortiso, que ficará responsável pelo escritório comercial da Associación Cluster Naval Gallego em Pernambuco (Aclunaga), as quatro empresas devem ter investimentos da ordem de 10 milhões de euros e a mão de obra tende a ser pernambucana, havendo contatos para a capacitação de pessoal com o Simmepe (Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pernambuco). “Acredito que até o fim do ano essas indústrias auxiliares estejam em operação, pois a estrutura é apenas o galpão e a tecnologia”, explicou. A Aclunaga entra em operação até julho e irá congregar as 192 industrias da Galícia, tendo abragência nacional.

A Electro Rayma responde por instalações elétricas, equipes de navegação e automação, oferecendo serviços em engenharia eletrônica industrial e da comunicação, fabricação, instalações e montagens, manutenção e energias renováveis. A Gabadi é do setor de engenharia básica e equipamentos em geral, carpintaria e marítima. Faz desenho industrial e mobiliário. Tratamento de superfícies, limpeza e instalação de andaimes e outros meios de elevação são as atividades da Indasa.

Enquanto isso, a Tcnymo repara e constrói aço e prearmamento. Fabrica e monta tubulações, executa serviços industriais como montagem, manutenção, reparação e construção naval, obras civis, industriais e metal mecânica. Vale lembrar que 80% da fabricação de um navio corresponde ao trabalho das indústrias auxiliares.

Paulo Marinho
Folha de Pernambuco

Indústria naval atrai empresas

Em Suape // Espanhóis anunciaram formação de consórcio para instalar um centro de reparação para o setor

O Complexo Portuário de Suape pode receber um tipo diferente de indústria naval. Sete empresas da região autônoma da Galícia, na Espanha, anunciaram a formação de um consórcio para implantar na área um centro de reparação naval, que se uniria aos estaleiros já confirmados. A concretização da iniciativa dependerá da licitação que será aberta a partir de 30 de junho pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, para a realização de reparos em sua frota de navios.

O anúncio foi feito durante a Navalia 2010, feira da indústria portuária realizada na cidade de Vigo, na Galícia, da qual participou uma comitiva de representantes do projeto Suape Global, além de empresários locais. O consórcio Galictio vai disputar a licitação da Transpetro, cuja frota é de 182 navios, e assinou um protocolo de intenções com o governo do estado, do qual receberá apoio, em termos de informação, para a disputa do processo.

O grupo vai iniciar um estudo de viabilidade, para participar da licitação. Segundo o secretário de desenvolvimento doestado e presidente de Suape, Fernando Bezerra Coelho, a previsão é de que o investimento total seja da ordem de 100 milhões a 150 milhões de euros (R$ 228 milhões a R$ 342 milhões).

Independentemente do resultado da licitação , quatro das empresas participantes do consórcio, a Electro Rayma, a Gabadi, o Grupo Indasa e a Atein Naval já confirmaram à diretoria do Complexo Portuário de Suape que vão se instalar em Suape. Em geral, são empresas que desenvolvem equipamentos e instalações para a indústria naval, como isolamento térmico e acústico, instalações elétricas, engenharia básica e tratamento de superfícies. Essas indústrias, que executam parte do processo de montagem para os estaleiros, deverão se instalar em uma área de 200 hectares em Suape.

Para demonstrar o quanto estão voltados para o projeto, os representantes da Associação Cluster Naval Galego (Aclunaga) confirmaram a instalação de um escritório comercial no Recife. A Aclunaga reúne 192 indústrias navais com sede na região da Galícia, que respondempor 60% do setor na Espanha, de acordo com Luis Cortizo, representante da Aclunaga no país. O novo escritório entrará em operação a partir do início de julho.

De acordo com Fernando Bezerra Coelho, o governo de Pernambuco comemorou a parceria com os espanhóis, e considera o centro de reparação naval uma oportunidade de ampliar o cluster naval local. "O Brasil não tem ainda um centro de reparação importante. A concorrência será disputada. O edital de abertura da licitação da Transpetro deve ser publicado até 30 de junho e esperamos uma resposta concreta em até 120 dias", comento Bezerra Coelho.

Caderno Economia
Diario de Pernambuco

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nova fábrica de torres eólicas

Suape // Máquinas Piratininga está construindo planta que deve entrar em operação em dezembro, gerando 400 empregos diretos e 1,5 mil indiretos

Mirella Falcão - mirellafalcao@dabr.com.br

Depois da espanhola RM Eólica, Suape ganhará nova fábrica de torres eólicas. O empreendimento é da pernambucana Máquinas Piratininga, empresa metalúrgica situada em Jaboatão dos Guararapes. A construção da planta de Suape já começou e a previsão é que entre em operação em dezembro. Além das torres, esta segunda unidade irá fabricar componentes para a indústria naval e petroquímica. O investimento é de R$ 45milhões, com geração de 400 empregos diretos e 1,5 mil indiretos.

Os novos postos de trabalho são para engenheiros, técnicos da área mecânica e metalúrgica - principalmente, soldadores e caldeireiros. Os interessados nas vagas podem cadastrar o currículo no site da empresa www.mpn.com.br, na seção Contato. O terreno de Suape tem 70 mil m2 e foi adquirido em 2006. As obras de terraplanagem e drenagem começaram no ano passado. "Em julho, iniciaremos a construção da fábrica", adianta o gerente comercial da Máquinas Piratininga, Antônio Alves Neto. O tamanho da área construída ainda não foi definido, mas será maior que o atual parque de Jaboatão que tem 13 mil m2, em um terreno de 55 mil m2.

Segundo ele, a nova fábrica irá expandir a produção de alguns segmentos já fabricados em Jaboatão. "Mas não vamos transferir nenhuma linha para Suape", comenta ele. A fabricação das torres eólicas começou em 2005, a partir de encomendas do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). "Já produzimos mais de 80 torres até agora", relata Antônio Alves Neto. Atualmente, a unidade de Jaboatão tem capacidade para produzir 50 torres por ano. A planta de Suape deverá construir 200. "O mercado de energia alternativa está crescendo bastante e muitas encomendas devem surgir a partir dos projetos aprovados no primeiro leilão de energia eólica", comenta o gerente. Dos 71 projetos de geração contratados para fornecer energia ao país a partir de 2012, 63 serão instalados no Nordeste.

Os estaleiros previstos para Suape e a construção da Refinaria Abreu e Lima também estimularam a ampliação da produção de componentes para atender a essas indústrias. "Já temos pedidos da Refinaria e do Estaleiro Atlântico Sul", conta Alves Neto. Em Jaboatão, são fabricadas 200 toneladas por mês de equipamentos para a indústria naval (como tubulação e módulos) e outras 300 toneladas de dutos e tanques. A planta de Suape irá produzir mais 300 toneladas de componentes para a construção dos navios e 600 toneladas para as indústrias petroquímicas.

Também está entre as metas da empresa dobrar o atual volume de exportação. Hoje, a empresa vende para os Estados Unidos, Caribe, Oriente Médio e Índia. "Esses países importam principalmente máquinas para fabricação de açúcar", detalha o gerente comercial. Os equipamentos para as usinas açucareiras, inclusive, foram os primeiros itens a serem fabricados pela empresa, em 1964. A Máquinas Piratininga passou a diversificar a linha de produção em 1987, quando passou a integrar o grupo Votorantim. "Nesse momento, a Piratininga começou a produzir máquinas para a fabricação de cimentos", diz Alves Neto. Em 2002, a empresa foi adquirida por José Francisco Gonçales, um antigo diretor da Piratininga. Além dos segmentos já citados, a empresa atende às indústrias de mineração, alimentos, papel e celulose.

Diario de Pernambuco (20.05.2010)

Escola técnica é inaugurada em Jaboatão

Unidade, que funciona desde fevereiro de 2010, contempla Ensino Médio e Profissionalizante

BÁRBARA FRANCO (Folha de Pernambuco - 20.05.2010)

A primeira escola técnica do município de Jaboatão dos Guararapes foi entregue oficialmente à sociedade ontem. Localizada em Jaboatão Centro, a Escola Técnica Estadual Maximiano Accioly Campos contempla 320 estudantes desde o início das aulas deste ano, em fevereiro. A unidade atende o Ensino Médio Integrado ao Profissionalizante e a modalidade subsequente.
Dessa forma, quem estiver enquadrado no primeiro caso, cursará o ensino médio acompanhado pelo técnico, recebendo, em três anos, duas certificações. Já o modelo subsequente é direcionado ao jovem ou adulto que concluiu o Ensino Médio, mas deseja um certificado profissional. Nessa situação, a certificação é adquirida em um ano e meio de curso.

O ensino profissionalizante ganhou destaque especial durante o ano de 2010 e chamou a atenção da jovem Georgina dos Santos, 17. Estudante de escola pública, ela se preocupava com o aprendizado que teria e com um diferencial para ingressar no mercado de trabalho. “Foi então que resolvi participar do processo seletivo, em novembro do ano passado”, contou. Com a aprovação, Georgina iniciou a modalidade Ensino Médio Integrado, recebendo capacitação no curso de Redes de Computadores. “É bem puxado, mas vejo que tenho um conhecimento a mais por integrar neste ensino”. A estudante tem aula durante os dois primeiros períodos do dia (manhã e tarde), nos dias úteis.

“Que bom que ficou para trás o tempo em que Pernambuco fechava escolas. Hoje, fazemos inaugurações”, destacou o governador Eduardo Campos, fazendo referência às outras seis escolas técnicas já entregues à população pernambucana. Durante a solenidade de inauguração, Campos, visitou as instalações da escola que conta com espaços físicos reformados e qualidade em equipamentos. A Maximinio segue o mesmo padrão físico, com salas de aula, laboratórios, auditório, refeitório, quadra poliespostiva, entre outros espaços. A reforma e re-estruturação dessa unidade foi realizada com recurso estadual no valor de R$ 3 milhões.

Ao todo, Pernambuco conta com cerca de dez mil alunos vinculados à rede de educação profissional. Esse montante é distribuído nas 13 escolas técnicas estaduais, das quais sete foram inauguradas este ano e promoveram 2,2 mil vagas no setor. O ensino técnico abrange os municípios do Recife, Jaboatão, Bom Jardim, Escada, Serra Talhada, Palmares, Carpina, Timbaúba, Goiana, Limoeiro, Surubim e Sertânia. Em especial, o nome da escola lançada em Jaboatão homenageia o escritor Maximiano Accioly Camos, pai do governador Eduardo Campos, que morreu em 1998.

Em parceria com o Governo Federal, com um recurso de R$ 20 milhões, outras cinco unidades estão sendo instaladas nas cidades de Ouricuri, Salgueiro, Caruaru, Garanhuns e Afogados da Ingazeira. E, para mostrar que os serviços na área educativa serão contínuos, o novo secretário estadual de Educação, Nilton Mota, afirmou a busca por maiores recursos. “Vamos nos reunir com o Governo Federal para buscar mais recursos e instalar outras 13 escolas estaduais ainda este ano”, afirmou. Já o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, solicitou outras escolas técnicas para o município. “Esta é a primeira escola técnica que recebemos, mas não será a única. Vamos reivindicar por muitas outras”, declarou.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Estado tenta atrair Rolls-Royce para Suape

A companhia inglesa Rolls-Royce – conhecida mundialmente por seus carros de luxo – poderá integrar o projeto Suape Global, com a implantação de uma unidade industrial no Complexo de Suape. Pelo menos é o que negocia uma comissão do governo do Estado, capitaneada pelo governador Eduardo Campos, que se reuniu, ontem, na Inglaterra, com diretores da empresa. Além de automóveis, o conglomerado também fabrica peças para navios, turbinas para aviões e equipamentos utilizados nas plataformas de exploração de petróleo.

A Rolls-Royce tem acordo com a Petrobras para o fornecimento de 32 turbos geradores (equipamentos formados por uma turbina e um gerador elétrico) para a exploração de petróleo na camada do pré-sal. “Essa unidade é muito importante para Pernambuco porque, além de marcar a chegada da Rolls-Royce ao Brasil e a Pernambuco, gera a possibilidade de outras empresas fornecedoras também se instalarem na região”, afirma o governador. A proposta do projeto Suape Global é fomentar a criação de um polo de bens e serviços para as indústrias de petróleo e gás, naval e offshore, atraindo investidores nacionais e estrangeiros.

O governador Eduardo Campos e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, participaram, ontem, de uma visita à fábrica de produção de turbinas de avião da Rolls-Royce na cidade de Derby, a cerca de 200 km de Londres.
De acordo com o diretor de vendas da Rolls-Royce Energia na América do Sul, Gilberto Bueno, a escolha de Suape para a possível instalação da fábrica é fruto da decisão da Petrobras de nacionalizar ao máximo a aquisição de equipamentos utilizados na exploração do petróleo do pré-sal. “Com uma base brasileira, conseguiríamos utilizar ainda mais componentes produzidos no País”, explicou.

A unidade também é disputada pelos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. De acordo com Bezerra Coelho, o investimento na fábrica seria de US$ 15 milhões e a previsão é que gere 100 empregos diretos. A empresa vai precisar de uma área de nove hectares para se instalar. “Essa área poderá ser ampliada se a companhia também demonstrar interesse na produção de peças para o setor naval”, adianta Bezerra Coelho.

Ainda na Inglaterra, desta vez em Londres, o governador se reuniu com diretores da trade inglesa ED&F Man. A empresa aguarda liberação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para operar um terminal de exportação de açúcar refinado a granel a partir do Cais 5 do Porto de Suape. A companhia atua em 59 países e responde por 15% da exportação de açúcar produzido no Brasil. A viagem também inclui participação do governo de Pernambuco na feira Navalia 2010, na cidade espanhola de Vigo.

Jornal do Commercio
Caderno Economia
(18.05.2010)

Suape vira diferencial no setor

Num país que agora está reprimindo o crescimento econômico para não explodir a inflação, está difícil pensar em aumentar o tamanho da economia com base num equipamento básico de qualquer país decente, que é o porto marítimo. Pois é: estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado ontem, estima que seriam necessários R$ 42 bilhões para viabilizar as 265 obras importantes ligadas ao setor.

Não vai dar. Na previsão do Ipea, nos PACs 1 e 2 só existem R$ 15 bilhões de previsão de investimentos e isso em apenas 51 obras. O coordenador de Infraestrutura Econômica do Ipea, Carlos Campos, diz que uma experiência positiva é a do Porto de Suape, em Pernambuco que trabalha com o conceito de porto indústria e tem revelado excelente performance.

O outro, segundo ele é o Porto de Santos, em São Paulo, que naturalmente, tende a continuar sendo o maior porto brasileiro – trabalhando com o conceito de porto concentrador, onde os grandes navios vão atracar e o resto da carga será distribuída para navios menores por meio de um sistema de cabotagem. O estudo questiona a morosidade dos serviços na área de porto e diz que funcionando apenas 10 horas por dia fica difícil. Além disso, existe o desafio da dragagem e derrocamento identificado para 46 obras. Dessas, 36 são de aprofundamento e alargamento das vias usadas pelas embarcações. Pois é: Suape ganhou mais um diferencial.

Jornal do Commercio
Coluna JC Negócios
(18.05.2010)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Novo tanque em Suape

A Transpetro aguarda autorização da ANP para dar início à construção de um novo tanque atmosférico com capacidade nominal de 12.500 m3 para armazenamento de óleo bunker no terminal de Suape, em Pernambuco. A previsão é de que as obras comecem em junho deste ano e terminem em março de 2012, com duração total de 20 meses.

A ampliação da capacidade de armazenamento de bunker visa atender à previsão do aumento das operações com este produto como combustível de navios. A meta é atender à refinaria Abreu e Lima (RNEST), que promete triplicar a demanda do combustível na região, e à logística de fornecimento de óleo para usinas termelétricas – estão previstas pelo menos quatro novas UTEs na região de Pernambuco e Paraíba. A frota de navios do Promef também será beneficiada.

Tamires Tamanhoni
Portal Energia Hoje
13.05.2010

Suape: PET

Estudos para viabilizar uma planta no polo petroquímico de Suape estão em andamento através de parceria entre Brasken e Petrobras, para produção de resinas PET. A produção nacional está concentrada nas mãos da italiana M&G, que tem unidade com capacidade para 450 mil toneladas/ano, também em Suape.

Diario de Pernambuco
(14.05.2010)

Empresa finlandesa construirá usina termoelétrica em Pernambuco

A companhia finlandesa Wärtsilä anunciou nesta sexta-feira que vai construir uma planta termoelétrica para a Energética Suape II, no município pernambucano de Cabo de Santo Agostinho, com valor estimado em 200 milhões de euros (US$ 250 milhões).

A nova planta, alimentada com combustível derivado do petróleo e com capacidade de 380 megawatts, será a maior da história da Wärtsilä, um dos principais fabricantes mundiais de equipamentos para a produção de energia elétrica e de maquinaria de propulsão naval. Segundo a companhia finlandesa, a nova central entrará em serviço em janeiro de 2012 e servirá para compensar as oscilações da produção hidrelétrica.

Até o momento, a Wärtsilä vendeu a companhias brasileiras um total de 22 plantas elétricas, com uma capacidade conjunta superior a 2.000 megawatts.

da Efe, em Helsinque
Folha de São Paulo Online
13.05.2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

Suape das pequenas empresas

Polo atrator de investimentos que se contam aos bilhões de reais nas últimas décadas, o Complexo Industrial e Portuário de Suape não é mais apenas o local estratégico escolhido para a retomada da indústria naval brasileira, ou para a instalação da refinaria da Petrobras e grandes plantas industriais. O dinamismo de Suape bateu à porta dos empreendedores de pequeno e médio portes, que estão aproveitando a oportunidade gerada pela efervescência da região para incluir o seu negócio no circuito formado em torno dos chamados projetos estruturadores.

No verdadeiro território de oportunidades amadurecido ao longo dos anos, há lugar para empresas de variados ramos de serviços, como transportes, alimentação e vestuário – como mostrou, no dia 2 passado, reportagem especial assinada por Adriana Guarda. O maior desafio para os microempresários é conseguir o credenciamento para captar financiamento e obter ganhos de escala na produção. Mas uma vez aberta a janela, a oportunidade aproveitada tende a ser recompensada. Como no caso, descrito pela reportagem, de uma empresa de locação de ônibus e vans que conquistou seu espaço no mercado graças ao transporte de funcionários do Estaleiro Atlântico Sul. Ou de outra, que apostou na atividade de descascar inhame, macaxeira e batata-doce e hoje atende a seis empresas da região de Suape. Para o economista Sérgio Buarque, a enorme demanda por bens e serviços no interior do complexo tem como consequência a aceleração da economia local.

A aplicação de conhecimento especializado é outra vertente a ser explorada. Em fevereiro, 40 empresários de tecnologia da informação (TI) do Porto Digital estiveram com a direção de Suape, conversando sobre as possibilidades de negócios para o setor. As demandas por TI dizem respeito aos grandes e médios projetos que estão mudando rapidamente a face do Complexo Industrial Portuário. Questões ligadas à gestão de processos, logística, estoques, inventários, qualidade e meio ambiente necessitam do suporte de TI para dar conta de todo esse crescimento. É aí que surge o nicho claro para os empresários pernambucanos do setor.

Para ajudar na identificação de oportunidades que se estendem por boa parte da cadeia produtiva, foi montado um Mapeamento das Oportunidades de Negócios das Demandas dos Empreendimentos Estruturadores de Suape, enfocando as demandas da Refinaria Abreu e Lima, do Estaleiro Atlântico Sul e da Petroquímica Suape. O documento foi elaborado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a alemã GTZ.

O levantamento lista nada menos que 300 chances de negócios para pequenos e médios empresários interessados em participar do novo boom do Complexo. Na apresentação do mapeamento para empresários de Jaboatão, um dado surpreendente foi levantado: de cada 15 empresários que visitam o Complexo com o intuito de se tornarem fornecedores das indústrias ali instaladas, somente um é pernambucano. O fornecimento para os grandes empreendedores é um dos filões, portanto, ainda pouco explorados pelos pequenos e médios empreendedores da terra.

Mas para que o fenômeno que desponta como solução não descambe para conhecidos problemas de adensamento populacional e crescimento desordenado – como a favelização ao lado da petroquímica de Camaçari, na Bahia – é preciso que o potencial de oportunidades de Suape seja organizado de maneira ampla e integrada. Neste sentido, o governo de Pernambuco lançou em 2008 o Suape Global, visando distribuir o desenvolvimento que pode ser proporcionado para as cidades vizinhas. A ideia é montar nesses municípios uma rede de bens e serviços relacionados a petróleo, gás e indústria naval. Neste contexto, cresce a relevância dos Planos Diretores municipais, que não podem ser isolados diante da realidade de Suape. Além disso, a urbanização de um dos maiores polos de desenvolvimento do País merece atenção especial do Estado, em todos os níveis de gestão, para que haja a articulação institucional indispensável ao bom proveito dos frutos de Suape para todos os segmentos empresariais.

Editorial - Jornal do Commercio (11.05.2010)

Impulso

Suape, de fato, é um impulsionador da economia estadual. E o Banco Gerador tem aproveitado o potencial do porto para expandir seus negócios. No seu primeiro ano, 30% das operações do banco voltadas para pessoa jurídica são de empresas ligadas direta ou indiretamente a Suape.

Folha de Pernambuco (11.05.2010)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pernambuco estreia na cadeia automotiva

General Motors deu início ontem à importação de veículos pelo Porto de Suape, inserindo o Estado na cadeia automotiva nacional. Expectativa é que outras montadoras sigam o exemplo da GM

A General Motors (GM) iniciou ontem pela manhã suas operações de importação de veículos pelo Porto de Suape. Trezentos e dezenove modelos Agile foram desembarcados do meganavio Istra Ace. Vieram do Porto de Zatare, na Argentina (onde são produzidos), para serem distribuídos nas 49 concessionárias das regiões Norte e Nordeste - responsáveis por 22% das vendas da marca no Brasil. Cientes de que a concorrência está de olho no sucesso das movimentações, a montadora se apressou em anunciar os planos de ampliação no volume de veículos trazidos pelo Complexo Industrial Portuário pernambucano. A previsão é que, a partir de 2011, em vez de 500, serão 1.000 automóveis desembarcados por mês. O desejo é pular de 25 mil unidades por ano, no primeiro momento, para 60 mil.

O Malibu, vindo dos Estados Unidos, o Omega australiano e o Captiva, fabricado no México, são os próximos modelos que poderão chegar ao País pelo Porto de Suape. Além disso, por mais de uma vez, tanto em discursos quanto informalmente, foi levantada a possibilidade do Estado receber uma fábrica da GM. “Não queremos ficar apenas na importação. Sonhamos com o dia em que vamos exportar. Ele vai chegar. Está bem perto”, disse o governador do Estado, Eduardo Campos - que fez o desembarque do primeiro carro do navio Istra Ace. “Estamos inaugurando uma parceria de longo prazo. E temos outros planos para o Estado”, completou o presidente da GM no Brasil e no Mercosul, Jaime Ardila.

O sonho do governador não é tão improvável assim. A GM trabalha com uma previsão de fabricar 750 mil automóveis este ano e tem uma capacidade instalada de 950 mil veículos por ano. Apesar do consumo aquecido, nenhum dos complexos industriais da empresa (no Brasil e na Argentina) trabalha ainda com terceiro turno. Considerando que o mercado continue crescendo no ritmo atual, a previsão é que, até 2014, o mercado brasileiro será de 4 milhões de unidades por ano (hoje é de 3 milhões) e, para atender essa demanda será necessário ter uma capacidade de produção muito maior que a atual, o que justificaria uma nova unidade.

Como não se constrói uma montadora da noite para o dia, 2012 é o prazo limite para se bater o martelo em relação a um novo empreendimento. “Não tenho a menor dúvida que Pernambuco tem potencial para atrair mais investimentos. E uma das vantagens de Suape é a sua capacidade de crescimento. Agora, quando isso vai acontecer depende do mercado”, ponderou Ardila.

OUTRAS EMPRESAS
A primeira montadora a seguir os passos da GM no Estado deve ser a Fiat. Há cerca de 90 dias, a empresa procurou o governo de Pernambuco. Além dela, Volkswagen e Land Rover começaram a conversar. Todas estão esperando para ver se o resultado da operação da GM será bem sucedida. “Queremos transformar o Porto de Suape em um concentrador desse tipo de carga”, acrescentou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Fernando Bezerra Coelho. “Vamos nos tornar o maior mercado consumidor de veículo do Nordeste em 2010. Por isso eu tenho a certeza que outras empresas virão”, acrescentou o governador. “O transporte por caminhões do tipo cegonha encarece em 10% o valor do carro. A logística de distribuição de automóveis no País tem que mudar. A cabotagem (transporte marítimo ao longo da costa brasileira) é o melhor caminho”, reforçou a presidente da K Line no Brasil, Lidia Almeida. A empresa foi a armadora responsável por trazer os veículos da GM a Pernambuco.

Caderno Economia
Jornal do Commercio (07.05.2010)

O ressurgimento da indústria naval

Quando o João Cândido flutuar nas águas de Suape, o Brasil se reencontrará com um dos mais relevantes setores econômicos

Adriana Guarda - adrianaguarda@jc.com.br

Um dia para ficar na história. Hoje, quando o navio João Cândido cruzar a comporta do dique seco do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) e flutuar no mar de Suape, será como proclamar o renascimento da indústria naval no Brasil. O País, que viu o setor submergir nas últimas duas décadas (depois de ter ocupado o segundo lugar no ranking mundial, nos anos 70), concretiza sua retomada. Esse ressurgimento também aponta para uma mudança no mapa da construção naval, que no passado esteve concentrada no Rio de Janeiro e, agora, tem o Estado de Pernambuco como timoneiro desta nova fase. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai testemunhar hoje, ao lado de uma constelação de autoridades, 3,7 mil funcionários do EAS e 2,5 mil convidados, a cerimônia de batismo e lançamento ao mar do primeiro petroleiro fabricado em Pernambuco, do navio nº 1 do Programa de Modernização e Renovação da Frota da Transpetro (Promef).

Sem tradição na indústria naval, Pernambuco precisou empenhar esforço dobrado para capitanear a retomada do setor. O primeiro desafio foi construir, a um só tempo, o estaleiro mais moderno do País e o primeiro petroleiro do empreendimento. Além disso, foi preciso transformar donas de casa, cortadores de cana, vendedores de picolé, comerciantes e outros profissionais das mais diversas categorias em operários da indústria naval. O presidente do EAS, Angelo Bellelis, afirma que essa transformação foi a mais gratificante. Os funcionários provaram que era possível fazer navios em Pernambuco e o estaleiro abriu oportunidades e conseguiu mudar a vida dessas pessoas. O tom da cerimônia de hoje realça essa importância do engajamento dos empregados. Vários operários darão seus testemunhos em vídeos.

“O Promef foi apontado como impossível. Muitas pessoas não acreditavam que o Brasil pudesse volta a construir navios. Parecia que vínhamos de outro planeta fazer essa proposta”, conta o presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O Promef encomendou 49 navios a estaleiros nacionais, dos quais 22 serão construídos pelo Atlântico Sul. No livreto que será distribuído hoje na solenidade, a Transpetro fez questão de usar o mote Navegar é possível.

Durante a solenidade será distribuída uma história em cordel escrita pelo cordelista e xilogravurista pernambucano J.Borges. “Recebi o convite da Transpetro para fazer o cordel contando a história do estaleiro e da série de 22 navios encomendados pela empresa, inclusive este primeiro”, diz o artista, que estará presente na cerimônia. Ele diz que não conhece bem o Complexo de Suape e que escreveu a história em uma semana, com informações repassadas pela Transpetro e uma foto do petroleiro João Cândido.

Em 2008, quando o governo federal anistiou os marinheiros que participaram do movimento de 1910, no Rio de Janeiro, conhecido como Revolta da Chibata, o presidente Lula prometeu ao filho de João Cândido (líder do levante), Adalberto Cândido, que daria o nome de seu pai ao primeiro petroleiro construído no Brasil, depois de 13 anos de estagnação da indústria naval no País. Hoje, Candinho (como é conhecido o filho do almirante-negro) estará na plateia assistindo à cerimônia de batismo do navio. “Meu pai é personagem de mais de dez livros e já foi homenageado em nome de ruas, escolas e monumentos. Mas a emoção agora é diferente, porque ele dará nome a um navio, local onde comandou o movimento. Agora, a embarcação vai rodar o Brasil e o mundo levando o nome dele”, diz. O ano de 2010 marca o centenário da Revolta da Chibata, uma rebelião dos marinheiros brasileiros contra os castigos físicos praticados pelos oficiais da Marinha.

Caderno Economia
Jornal do Commercio (07.05.2010)

Zona de processamento de Exportações vai desonerar aquisição de insumos e bens de capital no mercado interno ou via importação

Sustentado por importantes pólos industriais, o crescimento econômico de Pernambuco nos últimos anos estimula o aumento de renda e leva a população, cada vez maior, a consumir mais. Essa combinação, somada ao acréscimo consistente no valor do salário mínimo, atrai empresas do setor de alimentos e bebidas para o Estado. Das seis mil empresas classificadas na indústria de transformação pernambucana, o segmento representa cerca de 30% do volume, equivalente a 36% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Na geração de empregos, a indústria de alimentos e bebidas contribui para 48% das vagas formais do Estado. Outro fator para a instalação de empresas é a política de incentivos fiscais do governo.

"Além das características do mercado pernambucano, as condições de escoamento da produção contribuem de forma expressiva para atrair investimentos na região", afirma Osangela Sena, economista da unidade de pesquisas técnicas da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe). Ela se refere ainda à Zona de Processamento de Exportações (ZPE) no Estado, por trazer oportunidades para o setor. "As indústrias que se instalarem na ZPE serão beneficiadas com a desoneração tributária na aquisição de insumos e bens de capital no mercado interno ou via importação, com suspensão de exigibilidade de diversos tributos."

Com o consumo crescente, há empresas de outros segmentos migrando para a área alimentícia, como o grupo Ebba (das marcas DaFruta e Maguary), que antes se dedicava ao setor sucroalcooleiro. "O potencial de desenvolvimento do segmento de sucos é maior. A Ebba já está em segundo lugar (10,7%) no mercado de sucos prontos para beber, segundo dados da Nielsen, e estamos ampliando nossa capacidade com investimentos de R$ 10 milhões", diz o CEO da companhia, Romildo Tavares de Melo.

Há vinte anos na região, quem desfruta do aumento da demanda é a Coca-Cola Guararapes. Seu presidente, Luiz Delfim, faz uma retrospectiva mais recente da empresa no Estado. "Nós dobramos de tamanho nos últimos seis anos, com a receita expandindo duas vezes e meia. O crescimento é estimulado pelo aumento da renda da população. Por isso, vamos investir R$ 250 milhões na ampliação da produção até 2010, para aumentar em 40% a capacidade instalada", diz.

A Coca-Cola Guararapes é composta por quatro fábricas, três centros de distribuição, um "transit point" e um centro de vendas e distribuição. Juntas, as unidades têm capacidade de produção instalada de 850 milhões de litros de bebidas por ano. Como resultado, gera 3 mil empregos diretos e 27 mil empregos indiretos, nos Estados de Pernambuco, Paraíba e Bahia. "O potencial de consumo da região tornou nossas fábricas a menina-dos-olhos do grupo, que as escolheu para formar um dos cinco centros de excelência em operação no mundo", afirma Delfim.

De forma sistêmica, desde 2007, grandes empresas anunciam a construção de unidades industriais na região. Atualmente, segundo a Fiepe, existem 67 projetos em andamento no segmento de alimentos e bebidas, seja para implantação ou ampliação de unidades produtivas, com investimentos que somam R$ 1,49 bilhão. Esse montante será responsável pela geração de mais 11 mil empregos formais. Algumas produções já foram iniciadas, como é o caso da Sadia, que inaugurou em março de 2009 sua primeira unidade no Nordeste, localizada no município de Vitória de Santo Antão, a 50 quilômetros de Recife.

O projeto recebeu investimento da ordem de R$ 300 milhões. Hoje, todas as linhas estão em operação, mas a unidade, que tem 560 funcionários, ainda não está produzindo a plena capacidade, que é de 12 mil toneladas por mês. "Estamos construindo um novo centro de distribuição, de 16,5 mil metros quadrados, que deve entrar em operação no segundo semestre de 2010", afirma José Eduardo Cabral, diretor da unidade de negócios mercado interno e bovinos da Sadia.

Segundo Cabral, o empreendimento faz parte de um antigo projeto da companhia de instalar uma unidade no Nordeste, devido ao grande potencial de consumo da região, que tem sido impulsionado nos últimos anos pelo aumento de renda da população. "A fábrica conta com avançados processos tecnológicos relacionados à sustentabilidade, considerando a preservação do meio ambiente, das comunidades e de todas as partes interessadas que estão sob a área de influência do empreendimento. Trata-se da primeira fábrica do setor de carnes no Brasil a neutralizar 100% das emissões de carbono."

Recentemente, também foi inaugurado o maior moinho de trigo da América Latina, comandada pela Bunge Alimentos, líder nacional na fabricação de insumos para o setor de panificação. O empreendimento vai gerar mais de 1.200 empregos diretos e indiretos. Localizada no porto de Suape, a unidade industrial custou R$ 165 milhões e é capaz de processar 2.600 toneladas de grãos por dia.

Entre os anúncios de construções de 2009, destaca-se o da Perdigão, que irá instalar duas unidades industriais no município de Bom Conselho, no interior de Pernambuco, cujo investimento será de R$ 280 milhões e contará com 450 funcionários quando a unidade estiver em pleno funcionamento. A empresa vai organizar um centro de distribuição na região. Além disso, a Kraft Foods Brasil, que pertence a uma das maiores empresas alimentícias do mundo, anunciou que irá iniciar neste primeiro semestre a construção de uma fábrica no município de Vitória de Santo Antão. O complexo industrial, cuja operação será iniciada em 2011, irá contar com investimentos da ordem de R$ 100 milhões e dever gerar cerca de 600 empregos diretos.

Por Adm. Vinicius Costa Formiga Cavaco - Fonte: Valor
Do Portal Administradores (06.05.2010)

Suape: Aos 31 anos, em sua melhor fase

Grandes projetos, obras em infraestrutura e esforços da administração continuam a ser o grande chamariz para a instalação de novas empresas

Por Adm. Vinicius Costa Formiga Cavaco

Entre 2007 e o fim de 2010, o Complexo Industrial Portuário de Suape deverá receber R$ 1,4 bilhão em investimentos públicos – mais de três vezes o valor de R$ 438 milhões injetados desde a sua criação, em 1995, até o ano de 2006. Já os aportes privados, nos últimos quatro anos, soma US$ 17 bilhões. "Em 20 anos, vamos trabalhar com a mesma quantidade de cargas que o porto de Santos, o maior do Brasil, movimenta", diz o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e preside de Suape, Fernando Bezerra Coelho. "Até 2030, serão movimentadas 80 milhões de toneladas de mercadorias por ano."

Situado a 40 quilômetros ao sul do Recife, em uma área de 13,5 mil hectares, nos municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, o complexo completou 31 anos, mas continua como um grande canteiro de obras. Tem mais de cem empreendimentos implantados ou em implantação e mais 15 iniciativas em fase de projeto. Ao mesmo tempo, prepara a criação de uma zona de processamento de exportações (ZPE), investe em um cluster de companhias de petróleo e gás, naval e offshore, que somam US$ 780 milhões, e atualiza um plano de negócios, com projeções até 2015, em parceria com o porto de Roterdã, na Holanda.

Três grandes projetos-âncora puxam a maioria dos aportes: a Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, com investimentos de US$ 13 bilhões e previsão de inauguração em 2011; o Estaleiro Atlântico Sul, que custou US$ 1 bilhão e está em operação; e o pólo petroquímico, que vai sediar a Petroquímica Suape, avaliada em US$ 2 bilhões, com início de operações neste ano. "Não conheço outra iniciativa com igual concentração de investimentos no setor industrial do Brasil", diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Jorge Wicks Corte Real. O Estado tem hoje cerca de 8 mil indústrias. "Até 2015, graças ao desenvolvimento de Suape, Pernambuco vai dobrar o seu PIB industrial."

Os investimentos privados aplicados em Suape, entre 2007 e 2010, somam US$ 17 bilhões, enquanto os aportes públicos, dos governos federal e estadual, no mesmo período, totalizam R$ 1,4 bilhão. Até o fim de 2009, foram contabilizados 15 mil empregos diretos e os empreendimentos em implantação devem gerar mais 160 mil postos diretos e indiretos.

Em 2009, o porto movimentou 7,7 milhões de toneladas de cargas e para 2010 estima-se um aumento de até 20% - a meta é chegar em 2030 com um fluxo de 80 milhões de toneladas anuais. No ano passado, Suape apresentou recorde no número de navios atracados. Foram 1.138 embarcações, ante 1.042 em 2008 e 1.107 navios no ano anterior.

A meta do governo estadual é consolidar Pernambuco como um centro distribuidor do Nordeste, um mercado com 50 milhões de consumidores e um PIB de US$ 110 bilhões. Para isso, investe em 12 obras públicas de infraestrutura, que geram 3 mil empregos e deverão agilizar a logística de transporte por mar e terra. A lista inclui a construção de dois píeres petroleiros de atracação, que fazem parte de um projeto de R$ 341,1 milhões, e criação da Express Way, uma via de acesso rápido, com a duplicação da rodovia TDR-Norte, que deve ser liberada em dezembro, depois de receber recursos de R$ 146 milhões. A ferrovia Transnordestina, ramal de 1,7 mil quilômetros que corta os Estados do Piauí, Pernambuco e Ceará, deve chegar em Suape, segundo Bezerra Coelho, em 2012.

Os investimentos contínuos em infraestrutura, os incentivos fiscais e a localização estratégica em relação às principais rotas de navegação – conexão com mais de 160 terminais em todo os continentes – servem de chamariz para a chegada de mais empresas. Com isso, a direção de Suape continua em busca de recursos de infraestrutura para equipar o complexo portuário. O vice-presidente do porto, Sidnei Aires, já apresentou ao secretário adjunto da Secretaria Especial de Portos (SEP), Fernando Vitor, estudos de viabilidade de novos empreendimentos como objetivo de captar recursos federais para serviços de dragagem e a construção de berços de atracação. A ajuda deve vir do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2).

A demanda de R$ 1,9 bilhão será usada para instalar novos terminais de contêineres e de grãos, além da implantação de um pólo naval em Suape. "A dragagem tornará viável a implantação do pólo, assim como os cais 6 e 7 darão lugar ao novo terminal de contêineres", diz Aires. "Os cais 8 e 9 viabilizarão o terminal ferroviário de grãos, operado pela Transnordestina."

A marca chinesa de motos Shineray anunciou que vai construir em Suape a primeira fábrica fora da China. O investimento inicial será de R$ 40 milhões e há previsão de gerar 300 empregos diretos, em um espaço de 30 mil metros quadrados de área construída. As obras começam até o final do ano e a inauguração está prevista para 2012.

"Vamos ampliar a planta em mais 30 mil metros quadrados, em dois anos", diz Marcos Menezes, diretor da empresa e distribuidor exclusivo da marca no Brasil. A capacidade instalada é de 60 mil motos por ano. Na unidade, serão montados quatro dos 16 modelos do fabricante, que exporta hoje para mais de 80 países. Pernambuco é o maior mercado da Shineray no Brasil, com 15% de market share. O investimento inclui um centro de distribuição de 10 mil metros quadrados e capacidade de abrigar 25 mil motos.

Outra fabricante chinesa que desembarca em Suape é a XCMG, montadora de máquinas pesadas para construção civil, em parceria com a paraibana Êxito Import. A ideia é fazer do porto o ponto de distribuição dos equipamentos para o Brasil e reduzir, em até 15 dias, as entregas para países da América Latina. A XCMG fabrica carregadeiras, caminhões guindastes e retroescavadeiras. É considerada a 15ª maior fábrica de máquinas para construção do mundo e exporta para 137 países.
"O investimento no projeto é de cerca de U$ 12 milhões", afirma Flávia Santana, coordenadora de marketing da Êxito. A unidade será instalada em um terreno de 93 mil metros quadrados, com capacidade de produção de 120 máquinas por mês. Vai fabricar pás carregadeiras e escavadeiras. "Serão criados 150 empregos diretos e indiretos."

Do Portal Administradores (06.05.2010)

Chegada de mão-de-obra de outros estados a Suape aquece mercado imobiliário

A área mais disputada é a Zona Sul do Recife devido à proximidade com o Porto e boa infraestrutura
O mercado de aluguel de imóveis está em alta no Recife. Na Zona Sul do Recife, por exemplo, está cada dia mais difícil encontrar uma placa de aluga-se. O motivo, segundo os corretores, é a vinda dos profissionais de outros Estados que prestam serviço a Suape, em Ipojuca.

A Zona Sul do Recife é o paraíso do mercado imobiliário local devido à infraestrutura. Além disso, bairros como Boa Viagem, Piedade e Candeias ficam próximos ao Porto.
Ênio Cahu, corretor de imóveis, que possui escritório em Jaboatão, informa que não possui um apartamento sequer disponível para aluguel: “temos recebido muitos telefonemas diariamente, principalmente pessoas que vêm de outra região, como Rio e São Paulo. O motivo é o fato de Suape ter contratado muita gente. Os contratos foram assinados há um ano, mas agora é a hora de chegada da mão-de-obra e não conseguimos atender a demanda”.

Em outra corretora, em Boa Viagem, são de cinco a dez telefonemas diários e muitos clientes ficam frustrados. Para alugar só há apartamentos de luxo, na Avenida Boa Viagem.

O tipo de imóvel requisitado varia de acordo com a necessidade de quem está se mudando para Pernambuco com ou sem família para trabalhar.

Leonides Caracciolo, corretor de imóveis, explica: “aquele funcionário que vem trabalhar aqui, qualificado, precisa de apartamentos com dois, três quartos para abrigar a família. Quando chega um executivo, ele quer um maior, perto da praia”.

No Sindicato da Habitação (Secovi), os dados revelam o aquecimento do mercado de aluguéis: até dois anos atrás, entre 10% e 15% dos imóveis administrados pelas empresas do mercado imobiliário estavam disponíveis para aluguel. Atualmente, esse número varia entre 5% e 7%.

Os preços, porém, subiram. No primeiro trimestre do ano passado, por exemplo, o índice aplicado no reajuste dos aluguéis estava em torno de 8%. Este ano, houve muita negociação e os reajustes não ficaram em menos de 20% em janeiro, em fevereiro e em março.

O presidente do Secovi, Luciano Alves, identifica um movimento no mercado bem inverso ao da década passada: “hoje virou um grande negócio, além da valorização patrimonial do imóvel, você tem a renda do aluguel. Percebemos a volta desse investidor imobiliário buscando imóvel para renda, isso é muito importante para abastecer o mercado”.

Do Portal Pe360°.com (06.05.2010)

Mais um negócio em Suape

Tem significado bem maior que o desembarque de um lote de 319 veículos vindos da Argentina, a inauguração da Central de Distribuição da General Motors no Porto de Suape. Porque, diferentemente, da experiência da própria GM em 2001 – quando a companhia recebeu forte pressão do lobby do setor de transporte rodoviário –, essa operação se faz dentro de um projeto mais amplo e num contexto em que coloca Suape como uma das pontas de seu projeto global de logística para o Norte e o Nordeste.

Mas para Suape, o desembarque dos veículos trazidos pelo navio Ostra Ace, significa que, a partir de agora, o porto tem, efetivamente, um novo produto na prateleira que pode ser opção para as demais empresas automobilística que operam no Brasil. Ele atende as regiões onde está o maior crescimento de vendas do setor nos últimos anos devido ao aumento da renda per capita.

Como já foi divulgado, os carros importados pela GM e recebidos na CDV devem abastecer o mercado regional. Mas além dos montados na Argentina, a empresa quer trazer veículos do México e da Austrália. E é isso que abre a perspectiva de que a chegada da GM viabilize o plano do Estado se tornar pólo importador automobilístico do Nordeste. Não com uma montadora, mas com uma rede de prestação de serviços. É verdade, essa central de distribuição está sendo inaugurada com mais de um ano de atraso desde o dia da assinatura do termo de compromisso entre o governo do Estado e a GM, em maio de 2008 - quatro meses antes da crise global que arrasou o setor nos Estados Unidos e a economia americana. Mas desta vez, ela pode ser o começo de uma nova cadeia produtiva a se abrigar no terminal portuário de Pernambuco.

Publicado na Coluna JC Negócios
Jornal do Commercio (05.05.2010)