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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pernambuco estreia na cadeia automotiva

General Motors deu início ontem à importação de veículos pelo Porto de Suape, inserindo o Estado na cadeia automotiva nacional. Expectativa é que outras montadoras sigam o exemplo da GM

A General Motors (GM) iniciou ontem pela manhã suas operações de importação de veículos pelo Porto de Suape. Trezentos e dezenove modelos Agile foram desembarcados do meganavio Istra Ace. Vieram do Porto de Zatare, na Argentina (onde são produzidos), para serem distribuídos nas 49 concessionárias das regiões Norte e Nordeste - responsáveis por 22% das vendas da marca no Brasil. Cientes de que a concorrência está de olho no sucesso das movimentações, a montadora se apressou em anunciar os planos de ampliação no volume de veículos trazidos pelo Complexo Industrial Portuário pernambucano. A previsão é que, a partir de 2011, em vez de 500, serão 1.000 automóveis desembarcados por mês. O desejo é pular de 25 mil unidades por ano, no primeiro momento, para 60 mil.

O Malibu, vindo dos Estados Unidos, o Omega australiano e o Captiva, fabricado no México, são os próximos modelos que poderão chegar ao País pelo Porto de Suape. Além disso, por mais de uma vez, tanto em discursos quanto informalmente, foi levantada a possibilidade do Estado receber uma fábrica da GM. “Não queremos ficar apenas na importação. Sonhamos com o dia em que vamos exportar. Ele vai chegar. Está bem perto”, disse o governador do Estado, Eduardo Campos - que fez o desembarque do primeiro carro do navio Istra Ace. “Estamos inaugurando uma parceria de longo prazo. E temos outros planos para o Estado”, completou o presidente da GM no Brasil e no Mercosul, Jaime Ardila.

O sonho do governador não é tão improvável assim. A GM trabalha com uma previsão de fabricar 750 mil automóveis este ano e tem uma capacidade instalada de 950 mil veículos por ano. Apesar do consumo aquecido, nenhum dos complexos industriais da empresa (no Brasil e na Argentina) trabalha ainda com terceiro turno. Considerando que o mercado continue crescendo no ritmo atual, a previsão é que, até 2014, o mercado brasileiro será de 4 milhões de unidades por ano (hoje é de 3 milhões) e, para atender essa demanda será necessário ter uma capacidade de produção muito maior que a atual, o que justificaria uma nova unidade.

Como não se constrói uma montadora da noite para o dia, 2012 é o prazo limite para se bater o martelo em relação a um novo empreendimento. “Não tenho a menor dúvida que Pernambuco tem potencial para atrair mais investimentos. E uma das vantagens de Suape é a sua capacidade de crescimento. Agora, quando isso vai acontecer depende do mercado”, ponderou Ardila.

OUTRAS EMPRESAS
A primeira montadora a seguir os passos da GM no Estado deve ser a Fiat. Há cerca de 90 dias, a empresa procurou o governo de Pernambuco. Além dela, Volkswagen e Land Rover começaram a conversar. Todas estão esperando para ver se o resultado da operação da GM será bem sucedida. “Queremos transformar o Porto de Suape em um concentrador desse tipo de carga”, acrescentou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Fernando Bezerra Coelho. “Vamos nos tornar o maior mercado consumidor de veículo do Nordeste em 2010. Por isso eu tenho a certeza que outras empresas virão”, acrescentou o governador. “O transporte por caminhões do tipo cegonha encarece em 10% o valor do carro. A logística de distribuição de automóveis no País tem que mudar. A cabotagem (transporte marítimo ao longo da costa brasileira) é o melhor caminho”, reforçou a presidente da K Line no Brasil, Lidia Almeida. A empresa foi a armadora responsável por trazer os veículos da GM a Pernambuco.

Caderno Economia
Jornal do Commercio (07.05.2010)

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