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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Suape: Aos 31 anos, em sua melhor fase

Grandes projetos, obras em infraestrutura e esforços da administração continuam a ser o grande chamariz para a instalação de novas empresas

Por Adm. Vinicius Costa Formiga Cavaco

Entre 2007 e o fim de 2010, o Complexo Industrial Portuário de Suape deverá receber R$ 1,4 bilhão em investimentos públicos – mais de três vezes o valor de R$ 438 milhões injetados desde a sua criação, em 1995, até o ano de 2006. Já os aportes privados, nos últimos quatro anos, soma US$ 17 bilhões. "Em 20 anos, vamos trabalhar com a mesma quantidade de cargas que o porto de Santos, o maior do Brasil, movimenta", diz o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e preside de Suape, Fernando Bezerra Coelho. "Até 2030, serão movimentadas 80 milhões de toneladas de mercadorias por ano."

Situado a 40 quilômetros ao sul do Recife, em uma área de 13,5 mil hectares, nos municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, o complexo completou 31 anos, mas continua como um grande canteiro de obras. Tem mais de cem empreendimentos implantados ou em implantação e mais 15 iniciativas em fase de projeto. Ao mesmo tempo, prepara a criação de uma zona de processamento de exportações (ZPE), investe em um cluster de companhias de petróleo e gás, naval e offshore, que somam US$ 780 milhões, e atualiza um plano de negócios, com projeções até 2015, em parceria com o porto de Roterdã, na Holanda.

Três grandes projetos-âncora puxam a maioria dos aportes: a Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, com investimentos de US$ 13 bilhões e previsão de inauguração em 2011; o Estaleiro Atlântico Sul, que custou US$ 1 bilhão e está em operação; e o pólo petroquímico, que vai sediar a Petroquímica Suape, avaliada em US$ 2 bilhões, com início de operações neste ano. "Não conheço outra iniciativa com igual concentração de investimentos no setor industrial do Brasil", diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Jorge Wicks Corte Real. O Estado tem hoje cerca de 8 mil indústrias. "Até 2015, graças ao desenvolvimento de Suape, Pernambuco vai dobrar o seu PIB industrial."

Os investimentos privados aplicados em Suape, entre 2007 e 2010, somam US$ 17 bilhões, enquanto os aportes públicos, dos governos federal e estadual, no mesmo período, totalizam R$ 1,4 bilhão. Até o fim de 2009, foram contabilizados 15 mil empregos diretos e os empreendimentos em implantação devem gerar mais 160 mil postos diretos e indiretos.

Em 2009, o porto movimentou 7,7 milhões de toneladas de cargas e para 2010 estima-se um aumento de até 20% - a meta é chegar em 2030 com um fluxo de 80 milhões de toneladas anuais. No ano passado, Suape apresentou recorde no número de navios atracados. Foram 1.138 embarcações, ante 1.042 em 2008 e 1.107 navios no ano anterior.

A meta do governo estadual é consolidar Pernambuco como um centro distribuidor do Nordeste, um mercado com 50 milhões de consumidores e um PIB de US$ 110 bilhões. Para isso, investe em 12 obras públicas de infraestrutura, que geram 3 mil empregos e deverão agilizar a logística de transporte por mar e terra. A lista inclui a construção de dois píeres petroleiros de atracação, que fazem parte de um projeto de R$ 341,1 milhões, e criação da Express Way, uma via de acesso rápido, com a duplicação da rodovia TDR-Norte, que deve ser liberada em dezembro, depois de receber recursos de R$ 146 milhões. A ferrovia Transnordestina, ramal de 1,7 mil quilômetros que corta os Estados do Piauí, Pernambuco e Ceará, deve chegar em Suape, segundo Bezerra Coelho, em 2012.

Os investimentos contínuos em infraestrutura, os incentivos fiscais e a localização estratégica em relação às principais rotas de navegação – conexão com mais de 160 terminais em todo os continentes – servem de chamariz para a chegada de mais empresas. Com isso, a direção de Suape continua em busca de recursos de infraestrutura para equipar o complexo portuário. O vice-presidente do porto, Sidnei Aires, já apresentou ao secretário adjunto da Secretaria Especial de Portos (SEP), Fernando Vitor, estudos de viabilidade de novos empreendimentos como objetivo de captar recursos federais para serviços de dragagem e a construção de berços de atracação. A ajuda deve vir do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2).

A demanda de R$ 1,9 bilhão será usada para instalar novos terminais de contêineres e de grãos, além da implantação de um pólo naval em Suape. "A dragagem tornará viável a implantação do pólo, assim como os cais 6 e 7 darão lugar ao novo terminal de contêineres", diz Aires. "Os cais 8 e 9 viabilizarão o terminal ferroviário de grãos, operado pela Transnordestina."

A marca chinesa de motos Shineray anunciou que vai construir em Suape a primeira fábrica fora da China. O investimento inicial será de R$ 40 milhões e há previsão de gerar 300 empregos diretos, em um espaço de 30 mil metros quadrados de área construída. As obras começam até o final do ano e a inauguração está prevista para 2012.

"Vamos ampliar a planta em mais 30 mil metros quadrados, em dois anos", diz Marcos Menezes, diretor da empresa e distribuidor exclusivo da marca no Brasil. A capacidade instalada é de 60 mil motos por ano. Na unidade, serão montados quatro dos 16 modelos do fabricante, que exporta hoje para mais de 80 países. Pernambuco é o maior mercado da Shineray no Brasil, com 15% de market share. O investimento inclui um centro de distribuição de 10 mil metros quadrados e capacidade de abrigar 25 mil motos.

Outra fabricante chinesa que desembarca em Suape é a XCMG, montadora de máquinas pesadas para construção civil, em parceria com a paraibana Êxito Import. A ideia é fazer do porto o ponto de distribuição dos equipamentos para o Brasil e reduzir, em até 15 dias, as entregas para países da América Latina. A XCMG fabrica carregadeiras, caminhões guindastes e retroescavadeiras. É considerada a 15ª maior fábrica de máquinas para construção do mundo e exporta para 137 países.
"O investimento no projeto é de cerca de U$ 12 milhões", afirma Flávia Santana, coordenadora de marketing da Êxito. A unidade será instalada em um terreno de 93 mil metros quadrados, com capacidade de produção de 120 máquinas por mês. Vai fabricar pás carregadeiras e escavadeiras. "Serão criados 150 empregos diretos e indiretos."

Do Portal Administradores (06.05.2010)

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