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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Zona de processamento de Exportações vai desonerar aquisição de insumos e bens de capital no mercado interno ou via importação

Sustentado por importantes pólos industriais, o crescimento econômico de Pernambuco nos últimos anos estimula o aumento de renda e leva a população, cada vez maior, a consumir mais. Essa combinação, somada ao acréscimo consistente no valor do salário mínimo, atrai empresas do setor de alimentos e bebidas para o Estado. Das seis mil empresas classificadas na indústria de transformação pernambucana, o segmento representa cerca de 30% do volume, equivalente a 36% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Na geração de empregos, a indústria de alimentos e bebidas contribui para 48% das vagas formais do Estado. Outro fator para a instalação de empresas é a política de incentivos fiscais do governo.

"Além das características do mercado pernambucano, as condições de escoamento da produção contribuem de forma expressiva para atrair investimentos na região", afirma Osangela Sena, economista da unidade de pesquisas técnicas da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe). Ela se refere ainda à Zona de Processamento de Exportações (ZPE) no Estado, por trazer oportunidades para o setor. "As indústrias que se instalarem na ZPE serão beneficiadas com a desoneração tributária na aquisição de insumos e bens de capital no mercado interno ou via importação, com suspensão de exigibilidade de diversos tributos."

Com o consumo crescente, há empresas de outros segmentos migrando para a área alimentícia, como o grupo Ebba (das marcas DaFruta e Maguary), que antes se dedicava ao setor sucroalcooleiro. "O potencial de desenvolvimento do segmento de sucos é maior. A Ebba já está em segundo lugar (10,7%) no mercado de sucos prontos para beber, segundo dados da Nielsen, e estamos ampliando nossa capacidade com investimentos de R$ 10 milhões", diz o CEO da companhia, Romildo Tavares de Melo.

Há vinte anos na região, quem desfruta do aumento da demanda é a Coca-Cola Guararapes. Seu presidente, Luiz Delfim, faz uma retrospectiva mais recente da empresa no Estado. "Nós dobramos de tamanho nos últimos seis anos, com a receita expandindo duas vezes e meia. O crescimento é estimulado pelo aumento da renda da população. Por isso, vamos investir R$ 250 milhões na ampliação da produção até 2010, para aumentar em 40% a capacidade instalada", diz.

A Coca-Cola Guararapes é composta por quatro fábricas, três centros de distribuição, um "transit point" e um centro de vendas e distribuição. Juntas, as unidades têm capacidade de produção instalada de 850 milhões de litros de bebidas por ano. Como resultado, gera 3 mil empregos diretos e 27 mil empregos indiretos, nos Estados de Pernambuco, Paraíba e Bahia. "O potencial de consumo da região tornou nossas fábricas a menina-dos-olhos do grupo, que as escolheu para formar um dos cinco centros de excelência em operação no mundo", afirma Delfim.

De forma sistêmica, desde 2007, grandes empresas anunciam a construção de unidades industriais na região. Atualmente, segundo a Fiepe, existem 67 projetos em andamento no segmento de alimentos e bebidas, seja para implantação ou ampliação de unidades produtivas, com investimentos que somam R$ 1,49 bilhão. Esse montante será responsável pela geração de mais 11 mil empregos formais. Algumas produções já foram iniciadas, como é o caso da Sadia, que inaugurou em março de 2009 sua primeira unidade no Nordeste, localizada no município de Vitória de Santo Antão, a 50 quilômetros de Recife.

O projeto recebeu investimento da ordem de R$ 300 milhões. Hoje, todas as linhas estão em operação, mas a unidade, que tem 560 funcionários, ainda não está produzindo a plena capacidade, que é de 12 mil toneladas por mês. "Estamos construindo um novo centro de distribuição, de 16,5 mil metros quadrados, que deve entrar em operação no segundo semestre de 2010", afirma José Eduardo Cabral, diretor da unidade de negócios mercado interno e bovinos da Sadia.

Segundo Cabral, o empreendimento faz parte de um antigo projeto da companhia de instalar uma unidade no Nordeste, devido ao grande potencial de consumo da região, que tem sido impulsionado nos últimos anos pelo aumento de renda da população. "A fábrica conta com avançados processos tecnológicos relacionados à sustentabilidade, considerando a preservação do meio ambiente, das comunidades e de todas as partes interessadas que estão sob a área de influência do empreendimento. Trata-se da primeira fábrica do setor de carnes no Brasil a neutralizar 100% das emissões de carbono."

Recentemente, também foi inaugurado o maior moinho de trigo da América Latina, comandada pela Bunge Alimentos, líder nacional na fabricação de insumos para o setor de panificação. O empreendimento vai gerar mais de 1.200 empregos diretos e indiretos. Localizada no porto de Suape, a unidade industrial custou R$ 165 milhões e é capaz de processar 2.600 toneladas de grãos por dia.

Entre os anúncios de construções de 2009, destaca-se o da Perdigão, que irá instalar duas unidades industriais no município de Bom Conselho, no interior de Pernambuco, cujo investimento será de R$ 280 milhões e contará com 450 funcionários quando a unidade estiver em pleno funcionamento. A empresa vai organizar um centro de distribuição na região. Além disso, a Kraft Foods Brasil, que pertence a uma das maiores empresas alimentícias do mundo, anunciou que irá iniciar neste primeiro semestre a construção de uma fábrica no município de Vitória de Santo Antão. O complexo industrial, cuja operação será iniciada em 2011, irá contar com investimentos da ordem de R$ 100 milhões e dever gerar cerca de 600 empregos diretos.

Por Adm. Vinicius Costa Formiga Cavaco - Fonte: Valor
Do Portal Administradores (06.05.2010)

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