Empresas pernambucanas planejam investimentos em ampliação de olho na demanda que será gerada pela montadora. Moura vai dobrar produção de baterias e CBVP quer fabricar vidro de carro
A chegada da Fiat no Complexo Industrial Portuário de Suape já movimenta o mercado local. Indústrias pernambucanas que atuam como fornecedoras do setor automotivo começam a planejar investimentos. A Acumuladores Moura, por exemplo, localizada no município de Belo Jardim, no Agreste, possui um programa de investimentos para os próximos 10 anos. O objetivo é duplicar a atual produção de baterias para automóveis e chegar em 2020 fabricando 10 milhões de unidades anuais.
A informação foi repassada via comunicado oficial da empresa ao mercado. O valor de investimento necessário para essa expansão não foi divulgado. Entretanto, como a Moura foi beneficiada pela prorrogação do regime automotivo – conjunto de benefícios fiscais concedidos a empresas do setor para implantação de projetos industriais no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que sacramentou a vinda da Fiat para Suape – ela teria que aplicar, por exigência do decreto presidencial nº 7.389 do último dia 9 de dezembro, no mínimo R$ 500 milhões na próxima década.
Outra empresa local que terá suas futuras operações diretamente impactadas pela chegada da Fiat é a Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP), pertencente ao Grupo Cornélio Brennand. A CBVP vai erguer uma fábrica de R$ 330 milhões em Goiana, na Mata Norte.
A unidade será voltada para a fabricação de estruturas para construção civil, mas, desde o seu anúncio oficial, em março deste ano, foi informado que ela estaria apta a produzir vidros para automóveis. Tudo dependeria do mercado. Com o aporte de R$ 3 bilhões da Fiat em um complexo automotivo em Pernambuco essa demanda agora chegou.
O diretor-executivo da CBVP, Paulo Drummond, explicou que serão necessários US$ 40 milhões (R$ 67,6 milhões, de acordo com o câmbio de ontem) para preparar um linha de produção de vidros automotivos.
“Nossa intenção é estar com essa segunda etapa pronta quando a Fiat começar a funcionar, em 2014. Começamos as obras da fábrica em meados de janeiro e dentro de 30 dias deveremos anunciar um parceiro tecnológico, que será fundamental para a fabricação de produtos automotivos”, complementou.
Quem também passa a olhar com bons olhos a chegada da Fiat é a Alpha Plast, indústria plástica com uma unidade em Jaboatão dos Guararapes. Segundo o diretor-comercial da empresa em Pernambuco, Alexandre Markan, uma máquina austríaca de R$ 2 milhões chega no próximo mês ao Estado, vinda da fábrica paulista do grupo.
“Com esse equipamento podemos produzir desde para-choques até painéis. Já trabalhamos com matérias-primas utilizadas em produtos automotivos”, declarou. Atualmente, a empresa produz tampas, embalagens e peças técnicas.
Diario de Pernambuco
16.12.2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
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